“La danse”: o espírito da colmeia

Se as bailarinas são as abelhas, o mel é o movimento que preenche os nossos sonhos e que nos faz ir à carteira. Tudo é ascese? E economia, tudo é economia em Wiseman. Ver o post inteiro
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Se as bailarinas são as abelhas, o mel é o movimento que preenche os nossos sonhos e que nos faz ir à carteira. Tudo é ascese? E economia, tudo é economia em Wiseman. Ver o post inteiro
Não, não caímos no rótulo de looser, tão bem presente no chamado cinema independente norte-americano muitas vezes celebrizado em Sundance. Ao invés, este Adam Driver é a ventura contida nas palavras de Ozu, "a felicidade cria-se e não se espera", é o conformismo que se adequa a esta semana tão reconhecível e tão facilmente corruptível (uma ida ao cinema converte-se no mais deliciosos dos escapes). Ver o post inteiro
O Mistério de Silver Lake propõe um olhar à volta de detritos mais ou menos entranhados no imaginário colectivo, usando como mote o desaparecimento súbito e misterioso de uma das suas personagens protagonistas. Ver o post inteiro
Marco Dutra e Juliana Rojas, a dupla que por si representa uma pequena fatia daquilo que poderemos apelidar de nova vaga do cinema de género brasileiro, compõem aqui, em sua espécie, uma sátira ao modelo Disney acomodada pelos valores do legado da Universal Pictures (os tumultos da população remete-nos ao imaginário transposto por essa Hollywood povoada por monstros clássicos). Ver o post inteiro
Quase totalmente passado numa secretaria, este thriller de call center é um objeto eletrizante que canaliza a sua tensão através daquilo que não sabemos (e nos é apresentado a conta-gotas) e não vemos, mas ouvimos. Ver o post inteiro
É a inesgotável potência do olhar que está em evidência em todo o filme e que o emancipa do hábito. O olhar atento de Paterson penetra em todos os locais e nas mais pequenas coisas. Ver o post inteiro
O fascínio mórbido de Jia Zhangke pela decadência do Oeste, através da desconstrução das suas imagens de marca, revela uma descrença do realizador pela dita globalização, temáticas ou declarações fílmicas já pronunciadas e de forma mais evidente nos anteriores Mountains My Depart e A Touch of Sin. Ver o post inteiro
João Moreira Salles não filmou nenhuma imagem para este filme. Trabalhou através de imagens de arquivo de filmes como “Morrer aos 30 Anos” (1982) de Romain Goupil e “Os Dias de Maio” (1968) de William Klein. Mas de certa forma ele criou imagens novas, ao pegar nas imagens filmadas por outros e dando-lhes a sua introspecção. O realizador fez um estudo sobre o significado das próprias imagens, tal como aconteceu em “Santiago”. Ver o post inteiro
Obtendo o mérito de conquistar a Palma de Ouro do ultimo Festival de Cannes, num ano em que o júri era presidido por Steven Spielberg, A Vida de Adèle é baseada numa banda desenhada de Julie Maroh, Le Bleu est une Couleur Chaude, a história de amor entre uma jovem subjugada aos seus dilemas emocionais, Adèle (Adèle Exarchopoulos), com uma estudante de Belas-Artes, a lésbica assumida de cabelo azul, Emma (Léa Seydoux). Ver o post inteiro
Encontramos em Paterson uma mistura de géneros que cruza o drama romântico, a comédia dramática e o filme-ensaio, como se Jarmusch tivesse pretendido despir a narrativa de um glamour que não seria difícil de encontrar (basta pensar no seu trabalho anterior, Only Lovers Left Alive) para frisar o seu carácter prosaico e depois lhe devolver a beleza – e a poesia. Ver o post inteiro
Eis um filme à Koreeda, segundo quem deseja reduzir filmes aos gestos replicados dos seus criadores. Shoplifters é em certa parte um exemplo exato dessa fórmula, é um filme que prolonga os ensaios cometidos pelo nipónico em descortinar um Japão contra o senso comum vinculado nas importações e ao mesmo tempo uma revolta ao conformismo estabelecido por essa sociedade. Ver o post inteiro
À primeira vista, a premissa poderia sugerir o domínio do sobrenatural ou uma abordagem psicanalítica, mas a simplicidade da história e a natureza das personagens afastam qualquer inverosimilhança. Ver o post inteiro
At Eternity’s Gate conta-nos sobre os anos finais da vida de Vincent Van Gogh, o célebre pintor holandês conhecido não só pelas suas numerosas obras mas também por ter cortado a própria orelha, durante a sua estadia nas cidades de Arles e Auvers-sur-Oise, no sul francês. Julian Schnabel, realizador do filme que concorreu para o Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza, fica a cargo então de representar nas lentes de suas camaras a genialidade de um pintor do mais alto escalão, e, como todo o bom filme, justificar sua existência. Ver o post inteiro
Como um recente programa de culinária, o termo “receita com twist” pode muito bem ser aplicado nesta estreia no universo das longas por parte do jovem Lukas Dhont, que cita a sua anterior curta Corps Perdu (2012) como um corrimão de apoio para um inesperado bailado. Ver o post inteiro
"(...) apesar deste aparente sentido mais comercial e destinado a jovens, o filme não tem medo de assumir como um splatter, ganhando inúmeros pontos e gargalhadas na sua primeira metade, antes de se transformar num conjunto um pouco repetitivo nas mortes, piadas e músicas." Ver o post inteiro
"Baseado numa história real, algo que se sente principalmente no macabro último terço, Dogman oferece um retrato humano e pesaroso de um homem que não se consegue impor na sociedade a não ser pela sua ligação ao tráfico. " Ver o post inteiro
"Um dos jogos mais ambiciosos de A Educadora de Infância é a forma como, sorrateira e inesperadamente, a protagonista se transforma de um modelo profissional impecável em alguém aparentemente obcecada por utilizar uma criança de cinco anos para satisfazer a sua própria necessidade de cumprir um papel relevante num mundo que julgava perdido." Ver o post inteiro
"O mérito de “Em Guerra” está, em última análise, na sua mensagem pertinente nos dias que correm, onde o capitalismo dita as regras de um jogo amoral cuja única forma de vencer é abandoná-lo, como em “A Lei do Mercado” ou, então, morrer a tentar. Contudo, todo o esforço do realizador para trazer o peso do real para o filme sucumbe perante o artifício (...)" Ver o post inteiro
Tem aroma cítrico a comédia romântica do ano, literalmente, travestida por uma inesperada e tocante emoção. Ao seguir a deriva de uma menina transgender em missão de vingança por seu pimp a ter enganado com outra, Tangerine assume-se assim como um fruto proibido ainda que muito sumarento nesta sua assumida simplicidade. É claro que o facto de ter sido o primeiro filme feito com um iPhone (na verdade 3 iPhone 5s) conferiu-lhe o estatuto com que chegou a Sundance, iniciando aí uma longa e multipremiada digressão por alguns dos mais prestigiados festivais. Ver o post inteiro
De um lado da estrada, um parque de diversões mágico, onde os ricos vivem as suas aventuras e se perdem em fantasias. Do outro lado, ignorado e quase invisível, um motel degradado transformado em habitação. É esta a premissa de “The Florida Project”, centrada em Moonee (Brooklynn Prince), uma criança de seis anos, e na sua jovem mãe Halley (Bria Vinaite), que adotaram este motel como a sua residência permanente. Ver o post inteiro
Se desconhecia o prólogo até agora (como eu), não se preocupe: pode sair da sala escura ainda mais aterrorizado perante esta maquinação praticamente perfeita de uma história que não precisa de legendas para indicar que é baseada numa história verídica (ou em várias, melhor dizendo). Ver o post inteiro
Para um espectador que esteja a ficar farto de histórias de saídas de armário (e se for um habituée do festival Queer, haverá essa fadiga normal), "Quand on a 17 ans" é mesmo assim uma lufada de ar fresco. Este é um filme sobre coming out também, sim, mas não se deixa reduzir a tanto. Ver o post inteiro
"L'amant d'un jour", uma obra que nos faz dançar ao ritmo dos passos de Philippe Garrel e da sua visão muito particular do amor, da vida e das relações humanas. Ver o post inteiro
Em toda a sua narrativa, a batalha “campal” de Lindon é despojada de qualquer dramaturgia sobrejacente, tudo aqui é imposto e exposto como a graça de mimetizar o real em confundir atores com os não-atores, e através desse sistema ancorar numa certa pedagogia de à lá Laurent Cantet. Ver o post inteiro