

João Pedro Amaro
Do banal ao profundo; interessante, mas sem deslumbrar.
Do banal ao profundo; interessante, mas sem deslumbrar.
Uma representação sem “representação”. A naturalidade de Binoche surpreende-me de cada vez.
Uma bela, profunda e natural reflexão sobre o nosso pavor da solidão, a necessidade de nos sentirmos realmente compreendidos por alguém, especialmente se tal ainda não nos tocou em idade adulta.
Os diálogos são de um realismo comovente, especialmente os mais desconfortáveis. E o carinho e admiração de Claire Dénis (realizadora) por Binoche dá-nos planos que realçam a vasta palette de emoções de que é capaz sem por vezes proferir uma única palavra.
Recomendo vivamente a qualquer pessoa que se questione sobre o amor, o ideal, a fantasia, o entretanto enquanto se espera, o desespero da busca e a esperança na espera.