Intenso e Dramático! Um exemplo de um cinema inteligente sem cair em erros melodramáticos.

Sobre o filme
Realização e elenco
- Realização:
- Fatih Akin
Prémios e nomeações
Áudio e legendas
- Versão original com legendas
- Áudio Alemão • Legendas Português
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"Numa banda-sonora trabalhada por Josh Homme da banda Queens of the Stone Age, é ao som de I Know Places de Lykke Li que o destino de Katja (Diane Kruger) é traçado, isto no desenlace de um filme que acompanha o processo de luto e luta pela justiça (ou castigo, ou vingança) por parte de uma mulher que vê o marido e o filho serem mortos num atentado terrorista em Hamburgo, em pleno bairro onde a maioria dos habitantes têm origem turca. Por mais filmes que faça, o germânico de ascendência turca Fatih Akin terá sempre de lidar com comparações a alguns trabalhos de elevada qualidade no início dos anos 2000, em especial de Head On - A Esposa Turca, que abriu uma trilogia (seguiu-se Do Outro Lado) e que serviu também como tábua autoral para um cineasta com qualidade demonstrada se agarrar após o desastre que representou The Cut. Mas esquecido que está esse ensaio falhado à maldade inerente à humanidade no pós genocídio arménio, e depois de um road-movie adolescente curioso em 2016 (Tschick), Akin regressa em força (mas não no seu melhor) com o processo de luto de uma mulher que não consegue encontrar espaço neste mundo após a perda da família. Fugindo da forma simplória à vítima ou heroína, mas antes seguindo a via do desamparo e da depressão repleta de humanidade, Kruger oferece a sua melhor interpretação no Cinema, balanceando e carregando o seu fardo e estado de espírito com uma negritude de quem foi levada para um lugar que não imaginava chegar e de alguém que viu despertar em si algo que deveria continuar dormente. A cena inicial, filmada em modo telemóvel, põe-nos logo no caminho do casal, com o casamento civil de Nuri e Katja numa prisão. Akin usa a sua gímnica habitual, variando os processos de filmar, os meios, e o estilo, consoante o que a cena em questão pede, mostrando uma diversidade estilística que acaba por se tornar uma assinatura descomprometida e descomplexada que acompanha o estado de espírito arrasado da nossa protagonista e tudo o tem de ultrapassar, seja após a tragédia (onde não faltam discussões familiares), seja em tribunal (onde o passado do marido volta a atormentar), seja no último terço, entre a vingança e redenção. O próprio realizador divide o filme em capítulos e admite que Katja é um alter-ego seu, uma alma "
— Jorge Pereira de C7nema